Qual é a sua?

quinta-feira, dezembro 13, 2007

Hiato Sentimental

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Hiato Sentimental
por Dejavu


"... me abracei em suas roupas no armário
Todas elas têm o seu cheiro..."


Os Últimos

por Veríssimo


E aconteceu que Último Casal saiu da terra onde vivia e foi para o Oriente, pisando no que restava da sua espécie: carcaças e ruínas. E chegando no local onde um dia fora o Paraíso, e onde agora passavam dois rios podres em meio a terra calcinada, deitou ao chão suas trouxas e preparou-se para morrer. Pois onde tudo começara, tudo terminaria.

Fora ali, segundo sua crença, que Deus fizera o Primeiro Homem do barro e a Primeira Mulher da sua costela. Era ali que devolveriam sua alma ao Senhor. E a Humanidade desapareceria da face da Terra que ela mesma tornara estéril e inóspita.

Mas tomado de súbita revolta, o ùltimo Homem clamou aos céus, e chamou ao seu Senhor, e perguntou:


- Qual é?


E as nuvens sulfurentas se partiram e o rosto de Deus apareceu na brecha. E a expressão no rosto de Deus era de surpresa, ou de quem acordara de uma sesta.


- Está falando comigo? - perguntou o Senhor.
- Estou.
- E quem é você?
- Sou o Último Homem. Descendente do Primeiro Homem. E esta é a minha mulher.

E a expressão no rosto de Deus era de perplexidade.


E perguntou o Último Homem:


- Por que fizeste isto conosco, Todo Poderoso?
- Que foi que eu fiz?
- Nos deste o mundo, e nos mandaste povoá-lo, e tanto o povoamos que esgotamos tudo que nele havia, e decretamos nossa própria extinção. Tanto fizemos para seguir suas ordens que envenenamos a Terra, e a nós mesmos.
- Minhas ordens?!- Sim. A que deste aqui, neste exato local, aos nossos primeiros antepassados.


Deus abafou um bocejo e disse:


- Não estou me lembrando. Tem certeza que fui Eu?
- Claro - disse o Último Homem.  Está bem, foi há milhões de anos. Mas milhões de anos não são um minuto na mente do Senhor?
- Em tese, sim. Mas...
- O Paraíso, Senhor. Adão e Eva. Ele usava uma folha de parreira e ela...
- Ah! Agora me lembro. Qual foi a minha ordem?
- "Crescei e multiplicai-vos".
- Deve haver algum engano...


O Último Homem perdeu a paciência.


- Como engano? O senhor mandou, claramente, eles se multiplicarem, e encherem a Terra com sua prole, e o resultado está aqui. Só sobramos nós. Não temos mais nada para comer. Não temos mais água. A prole acabou.
- Mas eu não estava falando com eles.
- O quê?
- Estava falando com um casal de baratas atrás deles!




E mais uma vez a colaboradora deste blog coloca um post sobre baratas, como forma de extravasar seu asco por esses seres...

quarta-feira, dezembro 12, 2007

Sorria, você está sendo vigiado!

Eu estava ouvindo o Arquivo dos Paralamas do Sucesso. Quando tocou a música O Beco, no trecho onde fala da liberdade vigiada, lembrei-me de um artigo escrito por um professor lá da facul sobre esse assunto. Acho o tema bastante interessante, por isso vou colocar o artigo aqui, leva à reflexão...
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As câmeras de vigilância eletrônica já se integraram de tal forma às paisagens urbanas que, na maioria das vezes, passam desapercebidas pelos transeuntes que circulam pelas grandes metrópoçes. Eles não as vêem, mas elas estão lá, vigiando-os em ruas, avenidas, praças, lojas, elevaadores, estações de metrô e até mesmo em alguns banheiros públicos.
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O pretexto, como sempre é a segurança pública: "É para a sua própria segurança", dizem os cartazes. Mas de qual tenebrosa ameaça nos defendem as câmeras de vigilância: Homicídios são comuns nas ruas das grandes cidades? Estupros são frequentes em praças públicas? Ou o governo estaria despendendo virtuosas somas de dinheiro públicopara evitar apenas pequenos furtos e atos de vandalismo?
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A História mostra que grande parte da população está sempre disposta a renunciar a alguns de seus direitos em troca de segurança. E mostra também que muitos governos estão dispostos a inflingir medo ao povo para lhe tomar direitos, em uma releitura da máxima capitalista "criar necessidades, para vender soluções".
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Em março de 2002, os Estados Unidos da América adotaram um engenhoso sistema de controle dos medos populares. Trate-se de um sistema de alertaes contra atentados terroristas que pode variar desde o verde (baixo), passando pelo azul (normal), amarelo (elevado), laranja (alto) e vermelho (grave). O sistema funciona de forma simples, mas bem eficiente: caso a mídia divulgue qualquer notícia que ameace colocar a credibilidade do governo em risco, eleva-se o nível de alerta para laranja, desviando-se as atenções do problema real para um temor eventual. A opinião pública converte-se em terror coletivo à espera de que o governo como guardião da pátria, restaure a paz, o que pode ser feito facilmente com uma simples redução para a cor azul. A voz das massas é facilmente silenciada pelo medo.
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É também o medo que convence a todos a terem seus passos vigiados por câmeras permanentemente. Para garantir a segurança do povo, mais uma vez o governo barganha: alguns direitos fundamentais a menos, um pouco de segurança a mais. E, mais uma vez, muitos estão dispostos a pagar o preço.
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A troca é simples: o governo vigia as ruas para evitar pequenos furtos e a população se deixa vigiar. Passeatas, greves, manifestações, comícios, nada se esconde do olhar eletrônico do governo, que vigia a todos e identifica, um a um, aqueles que ameaçam seu poder com suas ações e discursos sediciosos. A democracia vende-se ao autoritarismo, à troca de privacidade por uma suposta segurança.
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É preciso que se entenda que a privacidade não é um mero direito de interese individual, mas uma garantia constitucional não só dos direitos políticos, mas da livre manifestação de pensamento.
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Tome-se, por exemplo, o direito fundamental do voto. Poderia ser ele exercido livremente, sem a privacidade de uma cabine eleitoral? De forma análoga, poderia o povo ir às ruas reivindicar seus direitos sob a vigilância de quem comanda a força repressiva estatal?
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Além do mais, resta outra questão: quem vigiaria os vigias? As câmeras operadas pela polícia, sob o comando do poder executivo, também filmariam eventuais abusos de autoridade ou atos de corrupção dos governantes? Ou, nesses casos, as gravações perder-se-iam dos olhares populares, seguindo a famigerada máxima de Ricúpero: "O que é bom a gente fatura, o que é ruim se esconde"?
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Um povo vigiado não é um povo livre e seu sorriso será sempre amarelo e subserviente a seu vigia. Um Estado Democrático de Direito não pode ser construído pr um povo pusilânime, que abdica de direitos fundamentais em prol de uma suposta segurança pública. O exercício da cidadania é um ato de coragem que requer antes de tudo o reconhecimento da importância dos direitos fundamentais, dentre os quais a privacidade, não como mero direito individual, mas como garantia do exercício de direitos políticos e da livre manifestação de pensamento.
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por Túlio Vianna

domingo, dezembro 02, 2007

Diálogos Construtivos

No filme O Falcão Maltês (The Maltese Falcon) - o primeiro filme noir da história do cinema -, um diálogo ente os personagens de Peter Lorre e Humphrey Bogart...
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Joel Cairo: Você me despreza, não é?
Sam Spade: Se eu pensasse em você, provavelmente o desprezaria.
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Instruções para Cantar

Comece por quebrar os espelhos de sua casa, deixe cair os braços, olhe vagamente a parede, esqueça. Cante uma nota só, escute por dentro. Se ouvir (mas isto acontecerá muito depois) algo como uma paisagem afundada no medo, com fogueiras entre as pedras, com silhuetas seminuas de cócoras, acho que estará bem encaminhado, e do mesmo modo se ouvir um rio por onde descem barcos pintados de amarelo e preto, se ouvir um gosto de pão, um tato de dedos, uma sombra de cavalo.
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Depois compre cadernos de solfejo e uma casaca e por favor não cante pelo nariz e deixe Schumann em paz.
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Manual de Instruções in Histórias de Cronópios e de Famas, de Julio Cortázar.

quinta-feira, novembro 29, 2007

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Será que alguém pode dizer "Era uma bela manhã de fim de novembro" sem sentir-se meio Snoopy?

segunda-feira, novembro 26, 2007

Menina das Estrelas

Por incrível que pareça, neste post vou escrever como garota que às vezes esqueço que sou...

Existe
uma diferença entre planetas e estrelas. É o que mostra Ziraldo, escritor e ilustrador de vários livros destinados ao público juvenil. Na maioria de suas obras o escritor ocupou-se em desvendar a alma de seus meninos maluquinhos (ou não). Agora ele se aventura no universo feminino.

A idéia de escrever sobre meninas, na verdade, não estava no roteiro. Mas vindas de Ziraldo, boas idéias também surgem em horas de descuido. Num encontro com jovens leitores na cidade de Vitória, o escritor comentava sobre seu livro “O Menino da Lua”. Questionado sobre a ausência de uma menina entre os amigos de Zélen, personagem principal da obra, uma garota disse que as meninas eram das estrelas, por isso, não podiam participar do livro sobre os planetas. Foi, então, que Ziraldo criou o livro, um trabalho comovente e delicado, exatamente o que se espera dele.


Impossível não se apaixonar pela história que tem um clima de poema, com o autor evitando fixar-se num personagem, ao mesmo tempo que nos remete a meninas de todos os tempos. "Menina das Estrelas" é uma declaração de amor. É o espanto e a constatação de como são especiais e únicas as meninas.


Meninas que crescem, mas que neste ir ao encontro da juventude e do mundo adulto, levam algo muito especial. Pequenas delicadezas, a capacidade de apartar o bem do mal, de entender o que há em volta.


É um livro repleto de humor, tão envolvente quanto a Alice (aquela do Lewis Carrol, que segue o coelho amalucado até a 'toca', encontra o chapeleiro, enfrenta a rainha orgulhosa, toma chá, desafia o perigo, sente medo e mantém o espírito de aventura até estar novamente à sombra de uma árvore).


Os desenhos também estão ótimos, com meninas lindas, espevitadas, doces, espertas, românticas... Quem é menina, mesmo que já bem crescidinha, sabe direitinho como é quando a boneca, que era sua filhinha, vira apenas um detalhe do seu quarto de menina.


Meninas crescem, mas cada dia um pouco. E continuam sendo uma estrela, mergulhando em sonho, num faz-de-conta que prepara cada uma para jornadas futuras.


Este livro pode e deve ser lido pelas meninas de hoje e pelas ex-meninas de ontem, porque entre uma e outra não há apenas a diferença dos anos, há o coração feminino. E o humor, os sonhos, que podem ser em demasia, mas ajudam a construir nossos desejos, ter a chave do que virá...


"... É preciso ter cuidado com o que se diz às meninas, pois, como já lhes contei, muitas vezes elas choram por coisas bem pequeninas. Meninas não aprenderam ainda a bem calcular a quantidade de lágrima que merece cada dor..."

Parece absurdo...

... mas o Brasil, com esse tamanho todo tem o mesmo número de livrarias que Buenos Aires, capital da Argentina...

O brasileiro lê pouco, alegando preços altos e falta de tempo. Quanto aos livros emprestados, ninguém nem toca no assunto, e em bibliotecas menos ainda. Realmente, o custo de impressão de um livro é ridículo se comparado ao preço que pagamos nas lojas. As distribuidoras ficam com quase 60% do preço final. Absurdo!

Incentivos ao hábito da leitura sempre há, mas não resolve o problema ainda assim...

Uma coisa que acho legal são os sebos, onde vendem livros usados. Pra mim é um ótimo passeio. Dá pra se surpreender, folheando muita coisa familiar e outras completamente novas (apesar de velhinhas...). Vale a pena, abre horizontes e é um ótimo canal pra leitura!

Hiato Sentimental




Hiato Sentimental
por Sonic Youth


"I love you.
I love you.
I love you.
What's your name?"
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sexta-feira, novembro 23, 2007

Instruções para Chorar

Deixando de lado os motivos, atenhamo-nos à maneira correta de chorar, entendendo por isto um choro que não penetre no escândalo, que não insulte o sorriso com sua semelhança desajeitada e paralela. O choro médio ou comum consiste numa contração geral do rosto e um som espasmódico acompanhado de lágrimas e muco, este no fim, pois o choro acaba no momento em que a gente se assoa energicamente.

Para chorar, dirija a imaginação a você mesmo, e se isto lhe for impossível por ter adquirido o hábito de acreditar no mundo exterior, pense num pato coberto de formigas e nesses golfos do estreito de Magalhães nos quais não entra ninguém, nunca.

Quando o choro chegar, você cobrirá o rosto com delicadeza, usando ambas as mãos com palma para dentro. As crianças chorarão esfregando a manga do casaco na cara, e de preferência num canto do quarto. Duração média do choro, três minutos.


Manual de Instruções in Histórias de Cronópios e de Famas, de Julio Cortázar.



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Não, Hiro não está praticando os ensinamentos. Se vocês olharem de perto, verão que faltam as lágrimas, ou o muco (se final de choro). Ele está apenas tentando se teleportar mais uma vez...

terça-feira, novembro 20, 2007

No dicionário...

Tenho o hábito de ler dicionário, de idiomas, de sinônimos, qual for. Durante minhas leituras faço classificações inusitadas das palavras, como entre 'gostosas' e estranhas de dizer. Menina maluca...

Numa dessas leituras encontrei uma palavra imponente e com um significado, digamos, ínfimo...

Uropígio sm. Apêndice triangular nas últimas vértebras das aves, onde se implantam as penas da cauda. [Sin. pop.: sobrecu, mitra.]

Caraca, mitra, uma palavra cheia de magia, muito usada nos contos de fada, também é sobrecu.

Confesso que inicialmente não tinha lido o sinônimo popular, que faz todo o encanto descer pelo ralo. Putz, eu achando o uropígio tão lindo, e nada mais é que uma forma pomposa de dizer c*. Mas definitivamente eu o promoveria, se fosse possível usar o recurso renomear, dando-lhe um significado mais pomposo.

Eu devo ter fumado orégano, melhor parar por aqui...

Agora que sei o significado, fica estranho dizer isso, mas com o uropígio na cabeça, me despeço. [¬¬]

Filosofia de Vida

Relendo minha conduta indolente em alguns posts... hehe, recordo de uma tirinha de Calvin e Hobbes (ou Calvin e Haroldo pra quem preferir). Pena não ter localizado a mesma no meu 'arsenal', mas transcrevo aqui a grande filosofia de vida.



Hobbes: O que você está fazendo?
Calvin: Estou matando tempo enquanto espero que a vida me cubra de significado e felicidade.

Mas bahhh...

Enquanto eu jogo a culpa para debaixo do tapete. Woody Allen na comédia Broadway Danny Rose, trava um diálogo hilário em que afirma que as pessoas são muito melhores com a culpa, pois fariam barbaridades sem ela (eu que o diga). O interessante é que a culpa deixa muita gente infeliz, mas não é capaz de impedir as baixarias mais vulgares... Alguém aí sabe o limite entre culpa e ética?

Ah, o filme não pertence à melhor safra do tão famoso diretor - segundo alguns críticos, mas como eu não sou entendida do assunto, posso dizer sem culpa que compensa e muito assistí-lo.


Créditos:
Broadway Danny Rose
Broadway Danny Rose, de Woody Allen. Com Mia Farrow, Danny Aiello, Nick Apollo Forte e Paul Greco. EUA, 1984. 84 min.

sexta-feira, novembro 16, 2007

E o Tim Maia dizia que não queria dinheiro...

Bom, eu achando que ia fazer pelo menos algo que me ajudasse nesse pós feriado, que não foi nada além de um dia de descanso, já que em plena sexta-feira tinha trabalho pra apresentar na facul. Eis que antes de ir pra aula, resolvo retirar um extrato bancário. Putaqueopariu! Quase me dirigi ao prédio de Economia, talvez fosse mais útil.
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Onde ia parar o meu dinheiro? Ele parecia ter vida própria. O cartão de débito, tão prático, fazia meu suado dindim escorrer como água num barril furado. Tudo bem, eu fazia retiradas que gastava com coisas realmente importantes em 90% do tempo, mas esses 10% restantes acabavam comigo...
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A teoria das coisas é tão legal. Quando eu ainda não trabalhava fazia planos que praticamente me asseguravam estar com casa, carro e otras cositas mas antes dos 25, bom, ainda tenho 3 anos, será que consigo? Quando comecei a trabalhar minhas despesas ficaram fora de controle, já que "ser independente" inclui contas no final do mês sem recorrer à mamãe. Em contrapartida, se eu gastava com as benditas contas do "kit casa", achava que tinha que gastar comigo também, em coisas que gostava. Resultado: meus hábitos de gastos, de perdulários tornaram-se suicidamente auto-destrutivos. Adquiri um prazer em adquirir coisas que às vezes nem precisava, mas que me satisfaziam imensamente, como (muitos) livros e cds em excesso, me deixando com sentimentos dúbios de culpa e deleite.
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Jogando a culpa pra debaixo do tapete, continuo aqui, me comportando como se intuísse que dias melhores e mais prósperos estão por vir...
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quinta-feira, novembro 15, 2007

O Jogo da Amarelinha, de Julio Cortázar

Acaso. Destino. Sorte. Fatalidade. É disso que trata O Jogo da Amarelinha. A narrativa começa no céu e acaba no inferno, principia no amor e termina na morte, quando não ao contrário. Tudo depende de por onde se entra e por onde se sai durante a leitura. Semelhante ao movimento dos móbiles, esse livro não tem um roteiro a ser seguido, mas vários, razão pela qual as personagens e situações se modificam de acordo com as escolhas que fazemos.
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Livro perigoso, que cativa pela insubordinação, pela valorização do comportamento desregrado, esse mesmo que parece já não caber mais em nossa sociedade.Muito já se escreveu sobre este livro, que foi sucesso imediato de público e de crítica ao ser lançado, em 1963. A qualidade mais destacada pelos comentaristas é sempre a multiplicidade de leituras que seu texto é capaz de proporcionar.
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O Jogo da Amarelinha é uma obra aberta, um romance que pode ser desmontado pelo leitor, que tem a liberdade poucas vezes concedida a alguém de refazer a seqüência de seus capítulos. "Um romance sangüíneo como o bebop", assim disse Cortázar e assim repetiram seus estudiosos mais ilustres. É claro que, como recomenda sua bula, posso ler seus 155 capítulos na ordem que preferir. Posso começar no de número 56, voltar para o de número 12 e depois correr para o de número 98. Cada combinação escolhida dá à trama e às personagens diferente colorido.
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Mas se O Jogo da Amarelinha não é a obra aberta perfeita para alguns, não deixa de sinalizar aos incautos que tomem cuidado onde pisam, pois o chão é movediço. No romance tradicional, os capítulos vêm unidos como os elos de uma corrente que nem mesmo a morte consegue separar. Isso é feito para que o tempo não se disperse. Para que nossa viagem através dos dias, meses e anos faça sentido. Todo o trabalho do autor vai por água abaixo, caso o leitor resolva ler o livro de trás pra frente, ou salteado. N’O Jogo da Amarelinha, cada capítulo é um objeto relativamente autônomo, cujo vínculo com os demais capítulos pode ser refeito ad infinitum. Os elos da corrente continuam a existir, e é isso que dá coesão à obra. Mas são elos adormecidos, que só entram em ação no momento em que o leitor avança na leitura. Aliás, o termo avançar, como se vê, já quer dizer aqui outra coisa: saltar do capítulo 82 para o 20 é o tipo de recuo que significará sempre um passo adiante. Conseqüentemente, o tempo se torna algo distinto do que vai nos nossos relógios, algo muito mais flexível e deliciosamente brilhante.
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Taí, espero que tenha despertado a curiosidade de alguns.
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Obs.: Pra chegar o mais perto possível da dinâmica do livro, usei o básico Ctrl C / Ctrl V de um texto de Nelson de Oliveira, que acho ser a apresentação/descrição que mais se assemelha à real.

Julio o quê?

Um dos escritores que faz absurdos com minha imaginação é Julio Cortázar. Sinto que preciso tê-lo em minha vida com cada vez mais constância. O cara tem a manha de escrever textos altamente visuais, daqueles que a cada frase lida, você consegue vislumbrar até a iluminação da cena. Ok, ok, confesso ter uma visão cinematográfica demais das coisas, mas basta um pequeno trecho para minha tese ganhar mais força.

"... y lo que llamamos amarnos fue quizá que yo estaba de pie delante de vos, con una flor amarilla en la mano, y vos sostenías dos velas verdes y el tiempo soplaba contra nuestras caras una lenta lluvia de renuncias y despedidas y tickets de metro."
 
 
(Sim, eu precisava colocar primeiro na língua original, tem uma sonoridade melhor, que já faz entrar no clima...)
 
 
"... e aquilo a que chamávamos o nosso amor era talvez eu estar de pé diante de você, com uma flor amarela na mão e você com duas velas verdes, enquanto o tempo soprava contra os nossos rostos uma lenta chuva de renúncias e de despedidas e passagens de metrô."


Uma de minhas mortes escolhidas é lendo um texto dele... Júlio Cortázar, uma dessas faltas que a gente sente daquilo que nem viveu...



Obs.: Trecho retirado de O Jogo da Amarelinha (e/ou Rayuela, no original)..
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Hiato Sentimental

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Hiato Sentimental
por Alanis Morissette
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"It's like meeting the man of my dreams
then meeting his beautiful wife"
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É, a Lei de Murphy atuando sobre todas as coisas...
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Hmm, isso me faz lembrar algo... Ah, já sei, eu e meus amores platônicos.
Depois dessa declaração vou ali tomar cicuta e já volto.

15 de Novembro

O capitalismo prometia liberdade, o comunismo justiça social. O capitalismo gerou desigualdades e manipulação, onde qualquer concepção de liberdade fica pálida; O comunismo gerou sua casta, o partido, e repressão semelhante à do fascismo. São duas vertentes da proclamada república. É possível entrever uma alternativa para a justiça social que preserve a liberdade de cada um?
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Que garotinha espírito de porco - fazendo perguntas filosóficas em pleno feriado prolongado...
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Pode parecer que não, mas o Brasil lembra muito a filosofia zen. A imobilidade, por exemplo. O zen fala da "ação pela não-ação", no Brasil faz-se a "não-ação pela não-ação". Um outro ponto não deixa dúvidas - o princípio da mutabilidade: como mudam os políticos de 4 em 4 anos, que nos levam à falência moral e são substituídos por outros de igual valor ético.
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Enquanto isso, a falta de memória permite que comemoremos o dia da república...
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"Há mais mistérios entre o povo e o poder
do que possa sonhar nossa vã democracia."

quarta-feira, novembro 14, 2007

Da série: Diálogos Construtivos

Às vezes memoráveis conversações são produzidas, e claro que não podemos deixar passar em branco. Vejamos alguns de The Addams Family (o segundo filme):
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Garoto: Nunca esquecerei você!
Vandinha: Não?
Garoto: É muito estranha.
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Feioso: Nós não damos abraços.
Garoto: Oh, vocês são tímidos...
Vandinha: Não somos tímidos, somos contagiosos.
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Gomez: Crianças, por que vocês odeiam o bebê?
Feioso: Não odiamos o bebê. Apenas queremos brincar com ele.
Vandinha: Especialmente com a cabeça.
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(Feioso treina arco e flecha na colônia de férias Chipewa e mata uma sublime águia americana)
Mulher: Oh! Era uma águia americana.
Homem: Elas não estavam extintas?
Vandinha: Agora estão.
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Autor: Você foi escolhida para interpretar a Pocahontas.
Vandinha: Não participarei disso. Sua obra é infantil e fraca. Você não tem senso de estrutura, personagem e unidade aristotélica.
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Garoto: Você acha que algum dia se casará e terá filhos?
Vandinha: Não!
Garoto: E se conhecesse o homem de sua vida, que a adorasse e venerasse, que fizesse tudo por você, que fosse seu escravo? Então, o que faria?
Vandinha: Teria pena dele.

domingo, novembro 11, 2007

Variações Sobre o Mesmo Tema

Aqui estou, me aventurando a falar sobre filmes mais uma vez, mas como falei tanto de felicidade ali atrás, acho que esse dá um 'gancho' legal...

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Happy Endings (Finais Felizes) é um filme independente, logo, não esteve intensamente sob os holofotes hollywoodianos, sendo exibido em mostras de cinema e salas alternativas (leia-se fora dos shoppings). Acho que exatamente por isso merece uma atenção especial.
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O estratagema de contar várias histórias paralelas, com múltiplos personagens já foi muito utilizado por outros diretores, mas confesso que esse foi o primeiro que conseguiu prender minha atenção por duas horas de filme.
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Os ângulos esquisitos da câmera, os personagens principais que vão fazendo com que as histórias se interliguem conseguem sim, prender a atenção. Ah, e tem também os textos na tela explorando as motivações dos personagens, seus relacionamentos e backgrounds, de olho nos potenciais finais felizes (ou não).


Segundo Don Roos, direitor, a ironia contida na narrativa é que todo personagem busca intimidade e amor, mas da maneira menos verdadeira possível. Um acontecimento ocorrido anos antes da ação principal fornece a linha condutora do filme, assim como dois personagens vão unir duas tramas.
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Mamiee (Lisa Kudrow) e Charley (Steve Coogan), uma jovem precoce de Los Angeles e seu meio-irmão britânico, rapidamente se envolvem num relacionamento sexual escondido de seus pais recém-casados. Resultado: Mamiee fica grávida. Solução: Mamiee vai para Phoenix fazer um aborto e Charley (você descobre muito depois) faz uma vasectomia. Eles nunca mais falam sobre o incidente.

Nos dias atuais, a primeira mentira do filme é exposta: Mamiee não fez o aborto. Ela deu à luz e entregou o menino para adoção. Um aspirante a cineasta, Nicky (Jesse Bradford), diz conhecer o filho de Mamiee e tenta chantageá-la para que ela permita que ele filme o reencontro dos dois. Parece que ele quer fazer um "filme extraordinário" para ser aceito no American Film Institute (AFI).


Mamiee e seu namorado massagista, o imigrante ilegal mexicano Javier (Bobby Cannavale), convencem Nicky a mudar de tema e fazer um filme sobre Javier, que diz prestar serviços sexuais. Agora, o filme já soma duas grandes mentiras.


Depois, Roos segue Charley, que assumiu o restaurante da família e virou gay - não necessariamente nessa ordem. Seu companheiro Gil (David Sutcliffe) doou esperma para as amigas lésbicas Pam (Laura Dern) e Diane (Sarah Clarke).


O casal diz que o esperma dele não vingou. Ainda assim, Charley acredita que o filhinho delas se parece com Gil e faz de tudo para provar a paternidade do namorado.


Na terceira trama, a sexy e manipuladora Jude (Maggie Gyllenhaal) primeiro transa com Otis (Jason Ritter), que quer provar ao pai que é heterossexual. Depois, ela finge uma separação com o filho, que é realmente gay, para tentar um relacionamento com o pai rico (Tom Arnold).

As pessoas se apaixonam e se desapaixonam, descobrem as verdades doloridas desses relacionamentos e nada acaba do modo que se poderia esperar, já que todos mentem ou distorcem a verdade. A atuação também é impecável. Os atores atingem os pontos mais vulneráveis de seus personagens com a precisão de bombas inteligentes [sic].

Créditos:
Happy Endings
Finais Felizes, de Don Roos. Com Lisa Kudrow, Steve Cogan, Jesse Bradford, Bobby Cannavale e Maggie Gyllenhaal. EUA. 128min.


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F E L I C I D A D E

Durante essa semana duas perguntinhas simples, diretas e desconcertantes (às vezes) povoaram minha mente e meu diálogo com algumas pessoas: "Você é feliz?" e "O que é felicidade pra você?". O melhor de tudo era prestar atenção em alguns rostos inquietos... Ouvi cada resposta que vou levar pra vida toda.

Ainda com este tema na cabeça, resolvo postar a respeito. Nada tão denso, com filosofias de vida e depoimentos, apenas algumas curiosidades que encontrei por aí e por me chamarem a atenção, resolvo colocar aqui.

De um lado temos os americanos, que com mais uma de suas duvidosas pesquisas (americanos adoram tabular tudo) fizeram um estudo com pessoas que tinham muito dinheiro e por algum motivo perderam tudo, e com outras que ganharam muito dinheiro em pouco tempo, tipo loteria. Conclusão: quem não era feliz antes e ganhar muito dinheiro, não conseguia a tal felicidade mesmo depois. E quem era feliz, mesmo depois de perder tudo, continua assim.

Ser feliz é um "estado" que independe das condições em que vivemos? Será?

E do outro lado temos os ingleses... essa foi osso duro de roer: se você é feliz e sabe que o é, então seu estado de ânimo é o resultado de p + 5e + 3h. É a fórmula da felicidade. Dois pesquisadores britânicos dizem ter encontrado uma equação para quantificar a felicidade, o que resumiria numa sentença matemática o estado emocional de uma pessoa.

Lendo a matéria completa não pude conter a risada... Uma ótima silhueta é sinal de felicidade feminina, e, para os homens só deixa alegres 8% dos entrevistados. Ah, e sem falar que moças e senhoras identificam a família como a maior fonte de felicidade, seguida de férias, sol e perda de peso. Putzzzzzz! Sou a mais infeliz do mundo inteirinho!!! Os homens são mais práticos: férias, romances e vida sexual satisfatória, sem contar os êxitos esportivos de seus clubes preferidos bastam.

Considerando a fórmula, hoje devo estar p + 5e = 3h. Trocando em miúdos: feliz pra cac***.

Qual é? Fórmula da felicidade?! [¬¬]

Ah, considerando que algumas pessoas possam querer atestar cientificamente sua felicidade, não serei tão insensível... hehe
Aprendendo a usar a fórmula:

"P" são as características pessoais, incluindo as perspectivas de vida, adaptabilidade e capacidade de manter-se otimista ante a diversidade. Já "E" significa os aspectos existenciais: saúde, estabilidade financeira e amizades. Finalmente, "H" relaciona auto-estima, expectativas, ambições e senso de humor.

        
Para se medir a felicidade é preciso responder a quatro perguntas atribuindo-se notas de um a dez. Some o resultado das perguntas 1 e 2 para achar o valor de "P". O resultado da pergunta 3 equivale a "E". O da pergunta 4 é o "H".

1. Você é flexível, bem disposto e aberto para mudanças?
2. Você olha para a vida positivamente, se recupera logo das chateaçõese acha que tem tudo sob controle?
3. Suas necessidades básicas como saúde, dinheiro, segurança, liberdade de escolha e senso de comunidade estão sendo atendidos?
4. Você pode contar com ajuda de pessoas próximas, se concentrar no que faz e envolver-se em atividades que lhe dão uma sensação de ter um propósito?


Divirtam-se crianças!
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sábado, novembro 10, 2007

E por falar em chuva ali atrás...


Estou torcendo para que chova durante todo o final de semana. Não, não quero estragar a programação de ninguém. Desde criança adoro as grandes tempestades, a chuva torrencial... Aquela abundância de água, o ímpeto dos trovões. E como não consigo desvincular a combinação de chuva e música, lembro-me de um episódia da infância.


Aos 6 anos mais ou menos, alguém em minha casa estava ouvindo um cd, ops LP. Eu que até então me interessava por Balão Mágico e Trem da Alegria, comecei a prestar atenção. Na época pensei que aquela era a música mais triste que poderia existir no mundo inteiro, que para mim era pequeníssimo, como só entendia algumas palavras do inglês, acho que o que realmente me impressionava era o barulho dos trovões (efeitos especiais). Engraçado que fiquei com a música na cabeça, e alguns anos mais tarde descobri que era Cryin' in the Rain, do A-ha. Então passei a achar que a melancolia presente nela era perfeita.


É, mas aos 15 anos experimentei o real significado dos versos "... I've got my pride and I know hot to hide all my sorrow and pain - I'll do my cryin' in the rain...". E como chorei, até não conseguir abrir os olhos... e estava na chuva, me senti num vídeo clipe. Mas também voltei à antiga sina - sim, essa era a música mais triste, pelo menos do meu mundinho naquele instante.

Hoje em dia comprei um dvd do A-ha, e fico feliz por tê-lo em mãos para ouvir quando quiser. Traz muitas lembranças.


Às vezes a música aparece sem que a tenhamos escolhido, como nos filmes, em salas de espera, elevador, ao telefone, nas rádios, quando ganhamos um cd. Ou então quando escolhemos o som que queremos ouvir e queremos ouví-lo muitas vezes, quando compramos o cd e queremos tê-lo à mão, como uma espécie de reserva de emoção e prazer. Pra mim, em qualquer situação a música materializa o momento e aquece o ambiente.


"Someday my crying is done. I'm gonna wear a smile and walk in the sun. I may be a fool, but till then, darling, you'll never see me complain... I'll do my crying in the rain."

sexta-feira, novembro 09, 2007

Tempo, tempo, mano velho - Parte II


Uma das coisas mais corriqueiras nos dias de hoje é a sensação do tempo "fugindo", de estarmos sempre correndo contra ele, atrasados, apressados. Todas as ocasiões de convivência viram aborrecimento, o outro nos perturba, interpõe-se em nosso caminho. E esses encontros podem ser tão legais se estivermos acessíveis a eles... Estava me lembrando de situações assim, em que eu - de boa vontade, claro - deixei entrar alguém em minha vida por alguns instantes e acabei curtindo de verdade o que rolou...

Tempo, tempo, mano velho - Parte I

No sofá, a chuva caindo e os motoristas lá fora, buzinando freneticamente em seus carros, numa "belíssima" sinfonia, como se fazer barulho os fizesse chegar mais rápido em casa...
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Me lembrei de uma reportagem que ouvi há um certo tempo - o cara falava que muitas pessoas deixam de fazer determinadas coisas para "economizar" tempo, e em seguida ele indagava: "Como se economiza tempo, já que o mesmo não é algo que você possa colocar num potinho pra usar depois?". Lembro que, quando fui pensar no real significado do que ele disse, ri muito, pensando no quanto somos tolos, todo mundo em algum momento já "economizou" tempo, mas alguém se recorda de tê-lo usado depois?
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Voltei a escutar o estardalhaço do engarramento em frente minha janela... e antes de vir ocupar este espaço com minhas idéias, resolvi observar o paradoxal não-movimento da rua com a pressa de se chegar a algum lugar/lugar algum. Acho que agora todos queriam colocar em prática os versos de Leminski:
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(...)
Queria entrar
Com os dois pés
No peito dos porteiros
Dizendo pro espelho
- Cala a boca
E pro relógio
Abaixo os ponteiros.

segunda-feira, novembro 05, 2007

O que eu me tornei?

Por falta de sentimentos profundos deixo aqui meu prato raso transbordando apenas de dúvidas estranhas.##############################################

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(André)

terça-feira, outubro 23, 2007

Então...

Manuel, o incréu, foi pro Céu, e Deus o chamou à Sua presença para que, vendo o Seu rosto e a Sua grande barba branca se convencesse da Sua existência. E, diante de Deus, o rosto de Manuel iluminou-se, ele abriu os braços e exclamou: "Karl Marx!".


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quinta-feira, outubro 11, 2007

A linha tênue entre o genial e o bestial

Quando a NASA iniciou o lançamento de astronautas para o espaço, descobriram que as canetas não funcionariam com gravidade zero. Para resolver este problema, contrataram a Andersen Consulting (hoje Accenture). Empregaram uma década e 12 milhões de dólares desenvolvendo uma caneta que escrevesse com gravidade zero, ao contrário e de ponta cabeça, debaixo d'água, em praticamente qualquer superfície, incluindo cristal e em variações de temperatura desde abaixo de 0 até mais de 300 graus Celsius...
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Os russos utilizaram um lápis.

sexta-feira, setembro 14, 2007

O que é "deus" pra você?

"Querido Senhor, me ame hoje e para sempre, abençoe minha alma e consciência todos os dias, concorde com todas as minhas decisões, puna meus inimigos até que eu esteja satisfeito, me dê grandes quantidades de dinheiro, prometa sempre me ajudar a vencer, olhe pro lado quando eu trapacear, justifique minhas desculpas e acredite em todas as minhas mentiras, obedeça meus desejos e reserve a parte mais luxuosa do paraíso só pra mim. Vou ser agradecido contanto que você faça o que digo. Amém."

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Em qual deus você acredita?


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Ignorância Digital

Acho interessante e úteis esses programas para que todos tenham acesso à internet e tal, mas ainda falta uma maneira de incentivar os usuários a fazerem um bom uso da web...
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Com a inclusão digital, o pc virou uma máquina arcaica, onde apenas duas coisas importam: msn e orkut. Putz, sou uma apreciadora da troca de idéias, e já fui usuária de chats. Mas há uns seis anos você entrava em bate-papos e só via papo cabeça, quase nerd mesmo, hoje você entra e se dá a sorte de encontrar alguém legal pra conversar, já pede msn, até aí tudo bem. Mas antes o outro precisa ver o seu orkut, e ai de você se não estiver um uma foto bem produzida, afinal, se eu posso conversar com um 'galã' que está na comunidade Os Mais Gatos do Orkut, pra que me interessar por outro que está entre Homens Copo Sujo?! É... orkut tá mais importante que carteira de identidade.
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sexta-feira, setembro 07, 2007

7 de Setembro

Comemoramos a independência,
Por pura sacanagem;
Nos livramos dos portugas
Mas não da politicagem;
Os gringos nos escravizam
E o governo só diz bobagem.
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quinta-feira, setembro 06, 2007

The Machinist (O Operário)

Como foimencionado em um post anterior, falaremos sobre este filme.

Trevor Reznik (Christian Bale) não dorme há um ano. A chocante degradação de sua saúde física e mental faz de cada momento de sua mente desperta um interminável estado de confusão, paranóia, culpa, ansiedade e terror. Seu único consolo desse pesadelo vivo vem de uma prostituta (Jennifer Jason Leigh), que se afeiçoou a ele.
Quando anotações criptogradas surgem misteriosamente em seu apartamento, e quando alucinações com um colega de trabalho, que ninguém vê, causam um terrível acidente na oficina, ele se lança em uma viagem para descobrir se tudo não passa de um elaborado plano para deixá-lo louco ou se sua exaustão simplesmente destruiu sua racionalidade. Quanto mais ele souber, menos ele vai querer saber.
Basicamente o filme é isso aí. Com roteiro de Scott Kosar (o mesmo do remake de O Massacre da Serra Elétrica) e dirigido por Brad Anderson, este teve a genial idéia de colocar Bale como protagonista. Ele por si só faz o filme, carregando a história nas costas com tal maestria que conseguimos sentir a angústia de seu personagem. O cara teve a manha... dá pra ver nitidamente que ele se entregou ao personagem (morram de inveja adeptas da dieta de South Beach, o cara perdeu 1/3 do peso de seu corpo com um cardápio que consistia em uma lata de atum e uma maçã por dia - recuperando tudo em 1 mês para iniciar as filmagens de Batman Begins), onde no filme nos preocupamos tanto com o enredo quanto com o fato de que Reznik pode partir-se ao meio a qualquer momento.
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Não é um filme que vai te fazer ver o mundo com outros olhos, mas definitivamente consegue prender sua atenção até o fim. E Bale, bom, depois dessa memorável atuação, convém dar uma espiada.
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Créditos:
The Machinist.
O Operário, de Brad Anderson. Com Christian Bale, Jennifer Jason Leigh, Aitana Sanchéz-Gijón e Michael Ironside. Espanha, 2004. 101 min.

quarta-feira, setembro 05, 2007

Imagem de Jesus que Responde suas Dúvidas

Depois do impagável pacote de nada...





"Aceite Answer Me Jesus em sua vida e a recompensa será eterna."
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Essa é a propaganda do salvador na era tecnológica. Jesus oferece 20 respostas diferentes para te ajudar a escolher o caminho mais correto. Faça uma pergunta e o vire de ponta cabeça, a resposta que você procura aparece magicamente. Seus Jesus pessoal sabiamente responderá com "Tenha fé", "Sim, meu filho", ou "Pecador". Então da próxima vez que você estiver refletindo sobre um dos muitos dilemas da vida, descubra o que Jesus faria e não se arrependa mais!
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Parece brincadeira, né?! E é, nessa loja aqui você encontra Jesus por apenas $20 e muitas outras coisas curiosas e no mínimo hilárias, como:
  • Esponja microfone (pra você cantar no banho);
  • Boneco de voodoo paliteiro;
  • Capturador de sombras;
  • Perfume de massinha;
  • Capa de iPod em forma de bíblia, entre outros...

É... quando a gente acha que já viu de tudo...

segunda-feira, setembro 03, 2007

Dor de cotovelo, dor de cabeça, dor dor... dormir!

A cada dia me descubro com hábitos piores...
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A do ro dormir, mas tenho sérias restrições quanto a ir dormir, pois minha mente não pára. Devido às minhas dores de cabeça, mencionei isso ao neurologista, que receitou uns comprimidinhos fantásticos, que me fazem esquecer as dores e ver até onde vai a toca do coelho dormir. Mas pra não ficar 'viciada' não tomo todos os dias, e então, por essa auto-sabotagem, acabo ficando no limite, esquecendo muitas coisas e às vezes durante o dia, não sei se algo realmente aconteceu ou se sonhei.
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Usando uma psicologia às avessas, ele me contou historinhas de que um das torturas muito usadas durante as guerras era deixar o cara de pé ou simplesmente cutucá-lo no momento em que começava a dormir, impedindo-o do descanso, até que ficasse meio insano _ lembrei do Trevor Reznick, personagem de Christian Bale, em The Machinist, mas isso é assunto pra outro post _ Ok, me ajudou bastante [¬¬]...
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Bom, continuo tomando o medicamento, mas tenho consciência de que não é saudável. Acho que tô entrando num acordo comigo mesma, como notívaga incurável, tô aprendendo a (re)organizar meus horários de forma que eu me sinta bem e também pra não virar uma psicopata, viu doutor?! Se bem que seria interessante levantar essa questão...

sábado, setembro 01, 2007

A Viagem de George Harrison

Em primeiro de setembro de 2001, há exatos seis anos, George Harrison cansou-se desse mundinho sem graça e silenciou a guitarra preferida de Liverpool. Finalmente foi conhecer o Sweet Lord , e agora está lá, ao lado de John. E Lucy... no céu com diamantes.
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Lucy In The Sky With Diamonds
The Beatles

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Picture yourself in a boat on a river
With tangerine trees and marmalade skies
Somebody calls you, you answer quite slowly
A girl with kaleidoscope eyes
Cellophane flowers of yellow and green
Towering over your head
Look for the girl with the sun in her eyes
And she's gone
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Lucy in the sky with diamonds
Lucy in the sky with diamonds
Lucy in the sky with diamonds
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Follow her down to a bridge by a fountain
Where rocking horse people eat marshmallow pies
Everyone smiles as you drift past the flowers
That grow so incredibly high
Newspaper taxis appear on the shore
Waiting to take you away
Climb in the back with your head in the clouds
And you're gone
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Lucy in the sky with diamonds
Lucy in the sky with diamonds
Lucy in the sky with diamonds
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Picture yourself on a train in a station
With plasticine porters with looking glass ties
Suddenly someone is there at the turnstile
The girl with kaleidoscope eyes
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Lucy in the sky with diamonds
Lucy in the sky with diamonds
Lucy in the sky with diamonds
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Alvo de tantas polêmicas, é claro que eu tinha que colocar a letra e o clipe também (dá um 'pulinho' lá no link). E quem acha que os rapazes não estavam em uma 'viagem' põe o dedo aqui...
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Post Scriptum:
#1:
Tradução de LSD.

quinta-feira, agosto 30, 2007

Em Brasília, 19 horas... de CPI

Enquanto isso, na Sala de Justiça, ops, em Brasília...
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Ver de camarote as notícias políticas está intragável. Como brasileira, me envergonho disso tudo, dessas falcatruas, das pessoas indo morar no exterior em busca de um pouco de dignidade em seu modo de vida.
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Sabem o que me deixa p*** da vida? É ver o governo federal, estadual e qualquer outro 'al' gastando rios de dinheiro investindo em reformas relâmpago para sediar Panamericanos e futuras Copas do Mundo, querendo mostrar-se superior aos olhos do primeiro mundo. Ok, ok, o turismo gerado por essas obras é benéfico, mas por quê não investir em melhorias que beneficiem diretamente os cidadãos que passam a vida pagando impostos? Tá legal, existem diversos ministérios exatamente para gerir melhor as verbas de cada setor, mas tanto em uma científica HP 49G+, quanto numa Sharp de bolso, os cálculos mostram a mesma coisa: tá tudo muito mal dividido. Ah, e tem o ministério invisível, que é o que mais recebe verbas, vulgo "Eu não sabia...".
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Não cabe a mim e nem a esse espaço julgar quem são os bandidos e mocinhos da história. Cada um tem uma opinião (ou não) sobre os acontecimentos políticos. Alguns partidários extremistasdeleitam-se com as CPIs a levar por terra o nome dos 'adversários', enquanto para outros fica aquele sentimento de descrença no homem.
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O método primordial para conquistar votos é apresentar-se leal aos princípios éticos, batendo sempre na tecla da honestidade. A história depois das eleições é um pouquinho mais complexa, pois com o 'poder' nas mãos e os benefícios no bolso, é difícil manter a palavra de honra.
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Independente de posição política, a meta inatingível nos últimos tempos é: Como avaliar a honestidade dos partidos "de esquerda", como o próprio PT _ que têm como prática denunciar as transgressões dos neoliberais _ quando conquistam a soberania sobre o povo?
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Enquanto isso,
Thomas Morus revira-se no túmulo, vendo sua Utopia cada vez mais quimérica...
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terça-feira, agosto 28, 2007

Pica-Pau

Ai, não resisti...
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Esse desenho merece um tópico só pra ele...
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Top 10 Pica-Pau
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01. E lá vamos nós...
02. Agora, professor, você é uma bombinha!
03. Não consigo ler nada!
04. Quando você vai embora, e eu fiiico, e choooro, e choooooro...
05. Marche!
06. Um mergulhinho, um mergulhinho e não desperdice o meu açúcar!
07. Talvez eu esteja louco... eu vou ver o psi... isqui... eu vou ver o doutor.
08. Chamando doutor Hans Chucrute. Chamando doutor Hans Chucrute.
09. Em todos estes anos nesta indústria vital, esta é a primeira vez que isto me acontece.
10. -Você viu o pica-pau?
......-Aquele de cabelo vermelho? E de grande nariz? E que faz rá-rá-rá-rá? Yo no lo conosco, señor!'
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Ah, gente, é isso. É sempre bom voltar a ser criança e deixar as coisas mais leves, nem que seja por alguns poucos minutos...
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No meu tempo...

Dia desses estava assistindo desenho animado e lembrando do quanto marcam nossa infância determinados programas. E aquelas falas de personagens que nunca nos esquecemos? Então aqui, só pra matar a saudade e relembrar um pouquinho...
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Top 10 Nostalgia
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01. Enquanto isso, na Sala de Justiça.
02. O que é que há, velhinho? (Pernalonga)
03. Yabbadabadoo... (Fred Flinstone - Os Flinstones)
04. Eu acho que vi um gatinho. (Piu-Piu)
05. Hora de morfar! (Power Rangers)
06. Scooby Doo, onde está você, meu filho? (Salsicha - Scooby Doo)
07. Senta, que lá vem a história. (Rá Tim Bum)
08. Pelos poderes de Grayskool. Eu tenho a força! (He-Man)
09. Olho de Thundera, me dê a visão além do alcance. (Lion - Thundercats)
10. Querida!!! Cheguei! (Dino - Família Dinossauro)
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O show tem que continuar!

Ops, empolguei... Na verdade eu só queria dizer que o blog está na ativa novamente.

Afastados devido a excesso de afazeres e pouco tempo pra posts (o inverso proporcional também é verdadeiro), aproveito pra divulgar que eu, Criatura, estou na produção de alguns filmes _ Bem Próximo do Mal e 150 Miligramas, entre eles.

Sou suspeito, mas vale a pena conferir.


quarta-feira, julho 25, 2007

Depósito do que não foi

Ai, que tédio ser uma menininha reprimida...

O fato é que em incontáveis situações eu tenho achado mais confortável me calar do que expôr o que realmente estou pensando ou sentindo. Mas acho que não sou a única mortal com essa atitude (ou seria ausência de atitude?).

Quem nunca desligou o telefone com a frase na garganta? Já foi embora sem dizer o que queria? Ou quando disse foram aquelas famosas frases sem lugar, tipo "se", "qualquer dia desses", "quem sabe"... Como anda o depósito de frases não ditas? O meu anda um caos, todas as prateleiras lotadas, uma desordem sem igual...

Dia de faxina no "armário"...
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quinta-feira, julho 05, 2007

Já dizia o Raul...

Abundante, completo, por inteiro, ilimitado, irrestrito... Tudo na vida deveria ser assim. Dispersa como sou, pra não me tornar volúvel, me apego ao 8 ou 80 da vida. Seja com as pessoas (trocentos amores e amando loucamente cada um deles), com meus objetivos (ontem desenhista, hoje juíza, e quem sabe amanhã astronauta) e comigo mesma (perfeccionista ou desistente).
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Claro que isso tem desvantagens: quando algo não dá certo ou simplesmente não acontece da forma como se espera, a frustração é como um balde de água fria, e também o elemento surpresa (no caso das idéias) é outro fator que enche o saco quando constante. Mas também, olhando pelo outro lado, como já disse Raul, ser essa metamorfose ambulante faz com que você tenha um leque de opções onde pode exercitar ser mais flexível e aprender com seus próprios erros.
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Não sou nenhum Dalai Lama, nem descobri a fórmula da felicidade, mas acho que pra viver bem devemos respeitar o momento de cada coisa. A duras penas tô aprendendo isso... Mas a vida realmente seria mais fácil se as pessoas se entregassem diariamente àquilo que estão fazendo, seja nas tarefas do cotidiano, nos possíveis amores, nos favores prestados, na hora da diversão...
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Eu não sei viver pela metade...
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domingo, julho 01, 2007

Protesto Pró-Viagem no Tempo

Sim. Todos nós, no fundo, no fundo, sabemos que há certos segredos que a ciência esconde a sete chaves. A cura da AIDS talvez seja uma delas, a resposta para a questão do ovo e a galinha provavelmente também seja, mas uma dessas coisas nós sabemos que realmente já é fato: A Viagem no Tempo.

Einstein com sua Teoria da Relatividade mostra que fatores como a ação da gravidade e a velocidade com que um corpo se movimenta afetam o fluxo do tempo (sim, eu copiei isso), e lá no início do século XX.

Outros fatos também fazem com que a gente pense a respeito disso: Por que Júlio Verne, mago da literatura de ficção-científica, não escreveu nenhum romance sobre o tema? Será que ele está envolvido na "treta"?

H. G. Wells já escreveu muito sobre o tema, e por ter morrido em 1946 período em que a ciência passava por extremas evoluções científicas, será que teria sido morto por falar demais? Uma espécie de caça científica às bruxas?

E claro, por dedução sabemos que a viagem no tempo não traria lucro às empresas de transportes de qualquer espécie. E talvez até a BH TRANS, empresa de transportes de Belo Horizonte-MG, esteja envolvida nisso.

Ray Bradbury em um dos seus livros fala sobre a viagem no tempo de forma interessante. Na história é mostrada uma máquina do tempo que é usada para viajar até ao período jurássico para diversão de burgueses que podiam matar os pobres bichinhos. Mona e eu presenciamos o início desse filme (O Som do Trovão) e devido a (d)efeitos especiais tipícos de vídeo clipes de música eletrônica dos anos 80, nós desistimos.

Mas só pela história podemos pensar: Será que as máquinas do tempo já disponíveis no mercado estariam sendo usadas para a diversão dos magnatas? Talvez eles financiaram cientistas para esse fim, talvez as viagens para Copacana todo fim de ano estejam enjoativas, e o turismo sexual esteja sendo substituído por viagens no tempo diretamente até o camarim de Marilyn Monroe.

Então fica esse protesto para pensarmos melhor sobre toda essa falcatrua que acontece, e também porque queremos dar uma voltinha na máquina também.

Eu assistiria a gravação do Sargent Peppers, e vcs?
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